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“A Quinta da Caldeirinha só produz produtos biológicos”


Na Quinta da Caldeirinha produzem-se vinhos e azeites biológicos de elevada qualidade provenientes de vinhas e olivais plantados a mais de 650 metros de altitude, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, em pleno Parque Natural do Douro Internacional. A opção pela produção biológica vem de uma preocupação sediada no seio desta família que vem de gerações. Conte-nos como é que surgiu a Quinta da Caldeirinha… A Quinta da Caldeirinha já vem do tempo dos meus antepassados, do tempo da minha avó. Depois os meus pais continuaram… O meu pai tinha um grande amor à quinta. Mais tarde, aquando do falecimento dos meus pais, propus aos meus filhos que, ou se vendia, ou se renovava a produção na Quinta. A opção foi renovar a quinta, fazer novas plantações, com castas diferentes. Já existia uma vinha velha e é essa vinha velha que é hoje o nosso topo de gama em termos de vinho. Foi assim que começou, e nós continuamos. Agora vamos ver daqui para a frente, as pessoas dirão… Estou convencida que os que se sucedem vão continuar também. Mas eu já estou realizada com aquilo que fiz. É uma quinta para as gerações… É uma quinta que dá para as gerações, exatamente! Tenho netos que gostam muito de estar lá também, especialmente a minha neta. Vamos ver o que virá a suceder. Na Quinta da Caldeirinha decidiram apostar numa agricultura biológica… Sempre, sempre. Desde 2001 que a quinta só produz produtos biológicos, a amêndoa, o azeite, a azeitona e o vinho. O vinho existia só a parte da vinha velha que é uma vinha com perto de cem anos. Não a arranquei porque são castas portuguesas, o refeto, o mourisco. É para nós hoje o nosso topo de gama porque é uma vinha que realmente já não existe, há muito poucas vinhas com castas portuguesas como esta. E fiz novas plantações: a Touriga, a Touriga Nacional, o Cabernet Sauvignon, o Syrah. O branco também faz parte dessa vinha velha, a uva branca. Porquê a opção pela agricultura biológica? Essa foi, e é, uma perspetiva de vida que nós tivemos sempre. Tentamos sempre comer, alimentarmo-nos com os produtos o mais natural possível. Vivemos em Sintra e temos uma pequena horta onde sempre praticámos agricultura biológica. Daí que, quando pensámos em reestruturar a quinta, eu realmente empenhei-me logo na produção biológica. É uma opção de vida que nós temos. Mas também têm inovado bastante… Neste momento para além dos vinhos biológicos, temos um vinho vegan. Temos o rosé e um branco. É feito na nossa adega. É um produto distinto, diferente. É essa a nossa meta. E o azeite, também é biológico? Tudo o que produzimos é biológico. A vinificação já obedece às novas regras europeias para o vinho biológico e essas têm que ser realmente assistidas. O azeite também. É feito em lagares certificados. Usamos o método de produção de azeite feito a frio, com temperaturas muito baixas, dá menos produção, evidentemente, mas é um azeite com muito pouca acidez. Nos nossos olivais temos várias qualidades de azeitona: a cobrançosa, a picual, a carrasquinha, que são castas da região… são tudo produtos oriundos da região, Trás-os-Montes. A localização da quinta também ajuda na produção de produtos diferenciados de elevada qualidade? A quinta fica situada no Parque Natural do Douro Internacional. Estamos na transição entre a Beira e o Douro. As plantações estão a uma altitude de 650 metros, com um clima muito frio de inverno, muito quente de verão, o que resulta em vinhos com características muito especiais, por exemplo, os brancos são sempre muito frescos. Esta tem sido uma região muito esquecida. Agora está a renascer, mas foi sempre uma região muito esquecida, tanto pela parte política, como pela parte turística.



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